Doente terminal de cancro está há 80 dias sem sinais de cancro
Tratamento inovador arrancou este ano em Portugal. Dois pacientes terminais permanecem sem sinais da doença.
O tratamento com células CAR-T arrancou há cinco meses em Portugal e por agora conta com dois doentes terminais que permanecem sem sinais da doença, um dos quais há 80 dias. Uma terceira paciente acabou por falecer devido a uma inflamação no cérebro. Cinco outros aguardam a terapia.
O recurso à terapia genética de células CAR-T é aplicada nos casos de cancro do sangue, em que se incluem os linfomas e as leucemias, quando a quimioterapia ou o transplante de medula óssea são ineficazes no controlo da doença oncológica.
Duas unidades públicas estão credenciadas: o Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto e o IPO de Lisboa. No Porto, além dos três doentes já submetidos ao tratamento, há mais dois à espera. Em Lisboa, há também um paciente a aguardar a medicação e dois em que está a ser analisada a viabilidade terapêutica.
A terapia resulta da retirada ao doente de linfócitos T – células que defendem o corpo de elementos desconhecidos, como as células cancerosas. Em laboratório, estas células são modificadas para se tornarem mais eficazes a combater o cancro. Posteriormente, são administradas ao paciente.
No Brasil, os hospitais da Universidade de São Paulo divulgaram, recentemente, o caso de um doente com 62 anos em que houve remissão do cancro ao fim de vinte dias. A doença pode, contudo, reaparecer no espaço de um ano. Ao fim de dois anos, caso não apareça, o doente é considerado curado.
PORMENORES
Doenças fatais
O cancro, também conhecido como neoplasia maligna, é um grupo de doenças que envolve o crescimento celular anormal, com potencial para invadir e espalhar-se pelo corpo podendo levar à morte.
861 óbitos
A leucemia provocou a morte de 861 pessoas em Portugal, em 2017. A maior parte dos óbitos ocorre depois dos 75 anos de idade. As mortes por leucemia representam 0,8% dos óbitos observados no País.
400 mil euros
O custo do tratamento com células CAR-T ronda os 400 mil euros por doente. O Infarmed autorizou a medicação de dois laboratórios: a farmacêutica norte-americana Gilead e a suíça Novartis.
Fonte cm-tv.pt